Indiretamente, a Região também terá reflexos das pesadas verbas que o PAC deverá liberar para os estudos do Ferroanel de São Paulo – que encostará em Mogi e Suzano – e para construção do Trem de Alta Velocidade, que cortará os fundos de Arujá. Só essas duas obras irão consumir R$ 54,6 bilhões do total de R$ 322,8 bilhões previstos para o Estado de São Paulo – R$ 120,1 bilhões até o final deste ano e R$ 202,7 bilhões pós 2010.
Os números do balanço do PAC indicam um investimento de R$ 569,4 milhões em obras de saneamento básico, como construção de estações de tratamento de água e esgoto, implantação de rede de esgoto e até de galpões para a triagem de lixo reciclável recolhido por catadores nas ruas. Na área de habitação, os recursos somam R$ 21,5 milhões em parcerias firmadas entre Governo Federal e Prefeituras. Das 10 cidades do Alto Tietê, nove delas tiveram propostas aceitas pelo Governo Federal – está excluído apenas o município de Biritiba Mirim. Em saneamento, os maiores investimentos do Governo Federal serão destinados para Suzano (R$ 396,9 milhões), Mogi das Cruzes (R$ 75,0 milhões), Ferraz de Vasconcelos (R$ 41,5 milhões) e Itaquaquecetuba (R$ 27,1 milhões). Essas quatro cidades vão absorver R$ 546, 6 milhões do total de R$ 569,4 milhões. Dos 16 projetos de saneamento, nove estão em obras, segundo o relatório oficial. No caso de Suzano, que é a maior beneficiária, está em obra a ampliação da capacidade da Estação de Tratamento de Água (ETA) de Taiaçupeba, na divisa com Mogi, que terá R$ 396,5 milhões de recursos federais. Selecionada em janeiro do ano passado, a intervenção é resultado de uma Parceria Público-Privada (PPP), encabeçada pelo Governo do Estado para atender o abastecimento da Região Metropolitana de São Paulo, e prevista para ser concluída neste ano. Em Mogi, os três projetos selecionados em 2007 já estão em execução, segundo o relatório, que contabiliza até obras que só irão começar agora, como o saneamento integrado e a urbanização de favelas na Vila Nova União, Jardim Layr e Jardim Planalto, cuja licitação foi aberta na última semana.
A explicação, segundo o secretário municipal de Planejamento e Urbanismo, João Francisco Chavedar, está na construção da creche da Vila Nova União, que foi feita pela Prefeitura há mais de um ano com recursos que cabem à sua contrapartida. "Oficialmente, o projeto já começou", justificou. O balanço do PAC também contabiliza como "em obra" o projeto de R$ 40 milhões destinado às obras de macrodrenagem dos córregos Lavapés e Canudos. No primeiro, o serviço já foi executado, mas o segundo ainda espera pela abertura da concorrência. Pelo balanço do PAC, das obras que ainda são preparadas, a maior parte foi selecionada em 2008. Segundo análise em nível nacional, muitos dos atrasos são decorrentes do despreparo técnico das prefeituras para encaminhar os projetos diante da complexidade nas desapropriações e licenças ambientais, o que demanda um longo tempo até a liberação da primeira verba. Esse tipo de dificuldade busca ser sanado na Região por algumas ações da Associação dos Municípios do Alto Tietê (Amat), como a organização de eventos que permitam aos prefeitos esclarecer dúvidas sobre as etapas para a obtenção de parcerias. Um exemplo foi a Oficina de Gestão Pública, realizada em junho de 2009.
A transformação da entidade num consórcio também vai propiciar instrumentos técnicos para o pleito de verbas. O prefeito de Suzano, Marcelo Candido (PT), reconhece que há dificuldades de muitas prefeituras em atender às exigências do Governo Federal. Mas justifica que os critérios rígidos reduzem a probabilidade de desvio dos recursos públicos, seja na "vala comum da corrupção" ou em obras que não eram as previstas. Ele ressaltou, ainda, que o despreparo técnico constatado em algumas cidades coloca em evidência a necessidade de uma reforma administrativa, em especial, em municípios onde o prefeito não ganha nem mesmo R$ 2 mil. "As prefeituras são engessadas. Na Região, a transformação da Amat em consórcio, por exemplo, dará autonomia técnica e política para atender as exigências na contratação de recursos. Além disso, municípios como Mogi das Cruzes e Suzano, que têm maior disponibilidade de técnicos, poderão dar uma parcela maior de contribuição para o crescimento das parcerias no Alto Tietê", enfatizou Candido.
*****FONTE: Diário de Mogi.
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